Tudo começou em Novo Hamburgo. Isso em 26 de julho de 1.981 quando nasceram os gêmeos filhos do casal Manoel dos Passos e Anízia. Pelo fato de ser fã do ator norte-americano Michael Douglas, Dona Iza(apelido da mãe) resolveu homenagear o ídolo colocando o nome de um dos filhos de Maicon Douglas. O outro é Marlon...também uma referência a alguém famoso, o ator Marlon Brando. Peculiaridades à parte, o pai...na época lateral do Novo Hamburgo, pegou os cordões umbilicais de ambos os filhotes e, na calada da madrugada, foi até o centro do gramado do estádio Santa Rosa e os enterrou, uma conhecida simpatia. Manéca teria ouvido que quem tem o cordão umbilical se dá bem financeiramente na vida e, num campo de futebol, poderia ser craque da bola! Marlon, conhecido mais tarde como “Fôfo”, enveredou por outros caminhos, sem sucesso no futebol profissional. Já, Maicon, logo no início na adolescência tentou a sorte no Grêmio. Me disse um dia que dormia até nos corredores do alojamento no estádio Olímpico e acabou reprovado em testes. Chegou ao Criciúma indicado pelo próprio pai que, na época...isso lá por 1.997,98...era técnico do time juvenil. Maicon chegou a jogar no meio campo. Mas, por sugestão de Manoel, foi pra lateral. Procurou aprimorar muito a chegada a frente, apoiando o ataque, e os cruzamentos. Tudo era diferente naqueles anos. O Criciúma não dispunha das mesmas estruturas e condições financeiras atuais. Além de trabalhar como treinador na base do Criciúma, Manéca precisava de renda extra que era obtida como motorista da Carbonífera Criciúma. Tempos difíceis!! Como ganhava uma ajuda de custo no Criciúma no valor de 50 reais por mês, Maicon também aproveitava alguns fins de semana de folga para atuar pelo time da Vila Zuleima na então Taça Cecrisa e ganhar uma gorjeta. Pelas equipes de base do Criciúma, Maicon fez um bom Catarinense em 97, 98 e 99. Ainda no Tigre jogou torneios em Santiago, no interior do Rio Grande do Sul, duas edições da Copa São Paulo e uma Taça Belo Horizonte. Em todos essas competições havia olheiros do Cruzeiro que observaram o lateral do Criciúma. Eis que não demorou muito para aproximação entre os clubes afim de conversar para negociar. Resultado: Zezé Perrela, presidente do Cruzeiro, e Moacir Fernandes, dirigente maior do Criciúma, chegaram a um acordo e o Tigre enviou para a Toca da Raposa, além do lateral Maicon, o zagueiro Ânderson Bill. Este não soube aproveitar a maior chance de sua vida. Maicon, entretanto, foi em frente e se transformou num atleta reconhecido mundialmente. Do Cruzeiro pro Monaco, depois Inter de Milão, Manchester City e Roma. Vai pra sua 2ª Copa do Mundo com chances de ser titular, numa boa disputa com Daniel Alves.
Mais uma do Maicon Sisenando. Em 1.999, Taça Belo Horizonte de futebol júnior, num jogo contra o Inter de P. Alegre, vencido pelo Tigre: 3 a 0, Maicon não estava acertando os cruzamentos. Calçava chuteira número 44, algumas marcas...45. O técnico Ademir Patrício já estava indignado! Eu mesmo, na oportunidade como então supervisor do Criciúma, reclamei: “Ô Maicon...o que ta acontecendo? Não ta acertando um cruzamento??!! “ . Rapidamente veio a resposta: “Ô Giba...olha a chuteira!!”. Observei e Maicon estava jogando com uma chuteira rasgada e aparecendo o dedão num pé e o calcanhar do outro pé! Os recursos eram escassos no Clube. Maicon também não tinha dinheiro pra comprar. Acabei comprando eu mesmo, autorizado pelo ex-diretor já falecido, Mário Ribeiro.
É parte de uma foto tirada em 1.998 num jogo das categorias de base do Criciúma. Maicon é o 1º agachado, da esq. p/ a direita.
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Passarinho arrepiado captou o seguinte nos treinamento do Criciúma para jogar contra o Botafogo: Bruno, o goleiro, está perdendo a titularidade. Falhou em dois lances num coletivo e será substituído por Galatto. Paulo Báier está mesmo fora do jogo. Wéllington Bruno está escalado em seu lugar. Silvinho será titular no ataque ao lado de Rodrigo Silva. Insisto que o Tigre não poderá ser covarde no Maracanã!!