Mais uma história relembrando o passado. Ano: 1.979. Dia 14
de dezembro...fim de ano e o colunista tinha ido muito mal no colégio. Afinal,
só queria saber de praticar esportes e estudar, na verdadeira essência do
verbo...muito pouco! Veio o castigo e ele não tinha dinheiro...o pai não quis
dar...para poder assistir a um amistoso que o Criciúma faria naquela data
diante do Santos, no Heriberto Hülse. Mas, então adolescente e metido a
malandro, não se abalou. Deu um jeitinho! O jogo seria 21 horas e ele foi bem
mais cedo pro estádio, se escondeu num dos banheiros e ficou até que os portões
fossem abertos...isso lá pelas 19:30. Já imaginaram a situação? Das 4 da tarde
até as 7 e meia da noite em cima de um vaso sanitário, sem fazer qualquer
barulho para não ser descoberto pelo pessoal da administração!! Assim, que
ouviu falas e conversas o “torcedor” saiu e se misturou com os demais que
subiam as escadas da arquibancada pra assistir ao jogo. Tenho isso ainda muito
vivo na memória! Era a primeira vez que o Santos visitava o estádio do Criciúma
que ainda usava camisa azul. O placar foi favorável aos santistas: 2 a 1.
Durante a tarde havia chovido e o gramado estava escorregadio. Num dos gols do
adversário, Nílton Batata chutou lá de fora e o goleiro Aírton aceitou um peru
daqueles! Além de Batata, Toninho Vieira fez o outro gol do Santos. O do
Criciúma foi de Laerte.
O técnico do Criciúma era Ivan Navarro que usou:
Airton(revelado, à época, nos juvenis e que depois virou muito bom preparador
de goleiros); Marco Antônio(lateral que veio do futebol gaúcho...um crioulo
altão que não tinha muita técnica), Pradera(zagueiro já rodado...veio da
Portuguesa), Nivaldo(o “Churrasco” que hoje trabalha como vendedor...figura
conhecidíssima em Criciúma), Xixa(outro da base que jogava um futebol apenas
razoável), Serrano(volante de rara qualidade...um dos melhores que já vestiu a
camisa do Criciúma e que seguidas lesões no joelho impediram um sucesso maior
no Atlético Mineiro...para onde ele foi, posteriormente), Müller(meia que veio
do interior do RS e, depois, teve boa participação no Inter de P. Alegre),
Paulinho Criciúma(bom meia de qualidade técnica apurada...hoje comentarista),
Laerte(o baixinho de Santana/Urussanga...jogava com muita raça, infelizmente já
não está mais entre nós) e Damásio(ponta de ofício, revelado na base, que mais
tarde virou dono de sorveteria). Além destes, titulares, entraram ainda
Isidoro(outro que veio da Portuguesa, junto com Pradera), Sabiá(lateral e
volante que hoje trabalha com o futebol amador no bairro Metropol) e Ademir
Patrício(que sabia fazer gols como poucos e hoje é comerciante de automóveis).
O Santos, por sua vez, jogou com Ademir Maria; Nelson depois
Aílton Lira, Joãozinho, Fernando e Washington; Gilberto Costa, Cláudio Gaúcho
depois Rached(ele mesmo!) e Toninho Vieira depois Clodoaldo(já em fim de
carreira); Nílton Batata, Carlos Silva e João Paulo. O técnico que veio aqui
foi Formiga, ex-atleta dos tempos do Santos de Pelé! Apitou aquele amistoso
José Carlos Bezerra, um dos bons árbitros naqueles anos, com Valdir
Lodetti(este mais tarde viraria presidente de honra da LARM) e Dante de
Oliveira(por muito tempo foi funcionário da rede Angeloni e hoje, aposentado e
sossegado, morando no Balneário Rincão). Quanta recordação...hein??