quinta-feira, 24 de julho de 2014

Será que dá pra jogar como em 1.982?

Depois que a CBF confirmou a volta de Dunga ao comando da Seleção Brasileira muito tem se falado e discutido a respeito do tema e em relação à própria história recente do nosso futebol. Os mais saudosistas...aqueles que não esquecem a magia do futebol brasileiro de anos e anos atrás, ainda acreditam que se pode voltar a mostrar um estilo de jogo como, por exemplo, a seleção de 1.982. Esta, inclusive, não ganhou a Copa do Mundo, realizada na Espanha, mas deixou lembranças que ainda estão muito vivas na memória de muitos amantes do futebol arte! Telê Santana era o técnico e o time base tinha: Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho e Éder. Quanta fera, hein? Isso que no banco ainda ficavam jogadores como o goleiro Carlos, o zagueiro Edinho e o atacante Roberto Dinamite! Sem a menor sombra de dúvida, a última grande seleção com futebol de encher os olhos que o Brasil produziu! Não vai aqui nenhuma tentativa de tirar os méritos de 94 e 2.002 quando conquistamos títulos nos Estados Unidos e Coréia/Japão, respectivamente. Mas é fato! Há alguns anos que o futebol virou única e exclusivamente competição! A arte, a beleza, a maneira bonita de jogar, o toque de classe, a liberdade do drible...tudo isso deu lugar ao condicionamento e porte físicos, à disciplina tática e, obviamente, ao resultado final! Assim, se você ganha...é bom! Se perde...não presta, não serve! Atingir objetivos é prioridade para qualquer técnico, atleta ou dirigente. Se um título for alcançado, todos ganham mais projeção, almejam transferências milionárias e, claro...terão suas contas bancárias mais “gordinhas”!!
Mas, Gilberto Custódio...quer dizer que antes não era assim? Não, exatamente! No mundo contemporâneo e capitalista sempre se jogou pra que algo fosse conquistado em troca! O que me refiro é que nas décadas de 60, 70 e 80 todos queriam ganhar, mas jogando um futebol vistoso e de boa qualidade. E...o Brasil era o espelho para tal! Não posso prever o futuro...não sou vidente! Entretanto, tenho quase certeza de que futebol arte não será mais praticado por nenhum clube ou seleção. O Barcelona e o selecionado da Espanha que cativaram o público em geral nos últimos anos desenvolveram um futebol de objetividade e muito toque de bola. Só que longe de ser genial como a Holanda de 74, por exemplo! Mais recentemente, o Bayern de Munique e a Alemanha foram muito competentes e competitivos. Masss...nada comparado ao Brasil de 70! Futebol bonito vi da academia do Palmeiras de Ademir da Guia, do Santos de Pelé, do Inter de Falcão, do Flamengo de Zico, do Fluminense de Rivelino, do Vasco de Roberto, do Cruzeiro de Dirceu Lopes, do São Paulo de Telê...!! Hoje...no futebol, uma transferência pro exterior é preferência de todos em detrimento do bom, bonito e sedutor!!
Pela ordem, na foto, o timaço de 82: Waldir Peres, Leandro, Oscar, Falcão, Luizinho e Júnior(em pé). Agachados: Nocaute Jack(massagista), Sócrates, T. Cerezo, Serginho, Zico e Éder.
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Em Santa Catarina também tivemos grandes times e resultados obtidos que fazem parte da nossa história. O pai do “Passarinho Arrepiado” lembra do que fez o Metropol do goleiro Rubão, na década de 60. De lá prá cá, ambos viram o quase imbatível time do Joinville de Nardela e cia. na década de 70, o Criciúma de Grizzo, Roberto Cavalo e companheiros...e sua inesquecível Copa do Brasil de 91. Vale lembrar, também, os outros títulos nacionais conquistados pelo Tigre, como o Brasileiro da B de 2.002 e C de 2.006. Mas, assim como no restante do País, o que impera nos dias atuais é fazer alguns bons jogos, de preferência com pelo menos uns dois...três gols e conseguir bom contrato na Europa, na Ásia ou no mundo árabe! E a beleza do futebol...na sua essência? Ah...se rolar, tudo bem! Se não...nem esquenta!

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