Depois que a
CBF confirmou a volta de Dunga ao comando da Seleção Brasileira muito tem se
falado e discutido a respeito do tema e em relação à própria história recente do
nosso futebol. Os mais saudosistas...aqueles que não esquecem a magia do
futebol brasileiro de anos e anos atrás, ainda acreditam que se pode voltar a
mostrar um estilo de jogo como, por exemplo, a seleção de 1.982. Esta,
inclusive, não ganhou a Copa do Mundo, realizada na Espanha, mas deixou lembranças
que ainda estão muito vivas na memória de muitos amantes do futebol arte! Telê
Santana era o técnico e o time base tinha: Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho
e Júnior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho e Éder. Quanta
fera, hein? Isso que no banco ainda ficavam jogadores como o goleiro Carlos, o
zagueiro Edinho e o atacante Roberto Dinamite! Sem a menor sombra de dúvida, a
última grande seleção com futebol de encher os olhos que o Brasil produziu! Não
vai aqui nenhuma tentativa de tirar os méritos de 94 e 2.002 quando
conquistamos títulos nos Estados Unidos e Coréia/Japão, respectivamente. Mas é
fato! Há alguns anos que o futebol virou única e exclusivamente competição! A
arte, a beleza, a maneira bonita de jogar, o toque de classe, a liberdade do
drible...tudo isso deu lugar ao condicionamento e porte físicos, à disciplina
tática e, obviamente, ao resultado final! Assim, se você ganha...é bom! Se
perde...não presta, não serve! Atingir objetivos é prioridade para qualquer
técnico, atleta ou dirigente. Se um título for alcançado, todos ganham mais
projeção, almejam transferências milionárias e, claro...terão suas contas
bancárias mais “gordinhas”!!
Mas,
Gilberto Custódio...quer dizer que antes não era assim? Não, exatamente! No
mundo contemporâneo e capitalista sempre se jogou pra que algo fosse
conquistado em troca! O que me refiro é que nas décadas de 60, 70 e 80 todos
queriam ganhar, mas jogando um futebol vistoso e de boa qualidade. E...o Brasil
era o espelho para tal! Não posso prever o futuro...não sou vidente!
Entretanto, tenho quase certeza de que futebol arte não será mais praticado por
nenhum clube ou seleção. O Barcelona e o selecionado da Espanha que cativaram o
público em geral nos últimos anos desenvolveram um futebol de objetividade e
muito toque de bola. Só que longe de ser genial como a Holanda de 74, por
exemplo! Mais recentemente, o Bayern de Munique e a Alemanha foram muito
competentes e competitivos. Masss...nada comparado ao Brasil de 70! Futebol
bonito vi da academia do Palmeiras de Ademir da Guia, do Santos de Pelé, do
Inter de Falcão, do Flamengo de Zico, do Fluminense de Rivelino, do Vasco de
Roberto, do Cruzeiro de Dirceu Lopes, do São Paulo de Telê...!! Hoje...no
futebol, uma transferência pro exterior é preferência de todos em detrimento do
bom, bonito e sedutor!!
Pela ordem, na foto, o timaço de 82: Waldir Peres, Leandro, Oscar, Falcão, Luizinho e Júnior(em pé). Agachados: Nocaute Jack(massagista), Sócrates, T. Cerezo, Serginho, Zico e Éder.
.
Em Santa
Catarina também tivemos grandes times e resultados obtidos que fazem parte da
nossa história. O pai do “Passarinho Arrepiado” lembra do que fez o Metropol do
goleiro Rubão, na década de 60. De lá prá cá, ambos viram o quase imbatível
time do Joinville de Nardela e cia. na década de 70, o Criciúma de Grizzo,
Roberto Cavalo e companheiros...e sua inesquecível Copa do Brasil de 91. Vale
lembrar, também, os outros títulos nacionais conquistados pelo Tigre, como o
Brasileiro da B de 2.002 e C de 2.006. Mas, assim como no restante do País, o
que impera nos dias atuais é fazer alguns bons jogos, de preferência com pelo
menos uns dois...três gols e conseguir bom contrato na Europa, na Ásia ou no
mundo árabe! E a beleza do futebol...na sua essência? Ah...se rolar, tudo bem!
Se não...nem esquenta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário