Zagallo completa 86 anos
nesta quarta-feira. O "Velho Lobo" tem uma vasta história de títulos
como jogador e como treinador, em especial com a Seleção Brasileira.
Mário Jorge Lobo Zagallo
iniciou sua trajetória no futebol pelas portas do América, no fim da década de
1940. À época, ele já atuava como ponta-esquerda.
No ano de 1950, passou a
vestir a camisa do Flamengo. Na Gávea, já chamava atenção por ser o responsável
por armar os contra-ataques da
equipe.
Atuando ao lado de uma equipe
com nomes como Evaristo de Macedo, Joel, Dida e Carlinhos, Zagallo sagrou-se
tricampeão carioca em 1953, 1954 e 1955 pelo Rubro-Negro.
Seu ótimo desempenho no
Flamengo rendeu a convocação para a Copa do Mundo de 1958. O
"Formiguinha" teria o desafio de levar a Seleção Brasileira ao seu
primeiro título.
A Seleção, aos poucos, foi se
firmando e garantiu a vaga para a final da Copa, diante da anfitriã Suécia.
O "Formiguinha"
marcou um dos gols da goleada por 5 a 2 sobre a Suécia, e ajudou a Seleção a
voltar para casa com a Taça Jules Rimet, em 1958.
De volta do Brasil, o futebol
de Zagallo teve novo destino: o Botafogo, onde também marcou época em campo.
No Alvinegro, fez parte de uma
histórica equipe ofensiva, ao lado de Nilton Santos, Didi e de Garrincha. E
logo foi bicampeão carioca, em 1961 e 1962.
Mesmo quatro anos 'mais
velho', retornou à Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1962, ao lado de
nomes como Didi, Vavá, Garrincha e do 'Rei' Pelé.
Manteve o bom desempenho e
levou a Seleção Brasileira para mais uma decisão de Copa do Mundo. Mas agora no
Chile, contra a Tchecoslováquia...
... e, com qualidade de
sobra, o camisa 21 participou da vitória por 3 a 1 na decisão da Copa do Mundo
de 1962, que foi disputada no Chile.
A sensação de dever cumprido
foi estampada pelo choro de Zagallo ao final da partida com a Tchecoslováquia.
O 'Formiguinha' saiu de campo emocionado.
De volta ao futebol
brasileiro, ainda foi campeão do Torneio Rio-São Paulo nas edições de 1962 e
1964 pelo Botafogo. E, em General Severiano, pendurou as chuteiras.
No ano seguinte a deixar os
gramados, iniciou sua carreira como treinador no próprio Botafogo. E, aos
poucos, foi obtendo vitórias na beira do campo.
Sob seu comando, a Seleção
Brasileira encantou o mundo na Copa de 1970, com nomes como Pelé, Gérson,
Jairzinho, Tostão e Rivellino. Foram seis vitórias em seis partidas disputadas,
o tricampeonato mundial do Brasil e o tricampeonato 'particular' de Zagallo.
No comando do Alvinegro,
garantiu o bicampeonato carioca da equipe, nos anos de 1967 e de 1968. A equipe
já trazia craques como Gerson e Jarzinho.
Com a mesma equipe e nomes
como Afonsinho, Ferretti e Paulo César Caju, Zagallo comandou um Botafogo
campeão da Taça Brasil de 1968. A equipe atropelou o Fortaleza por 4 a 0 na
decisão da competição.
Zagallo ganhou um desafio
ainda maior na Seleção Brasileira: comandar a equipe na Copa do Mundo de 1970,
no lugar do demitido João Saldanha.
Em paralelo ao seu comando na
Seleção Brasileira, Zagallo seguiu sua carreira como treinador em clubes, e
obteve sucessos. No Fluminense, sagrou-se campeão carioca em 1971.
Retornou ao Flamengo no papel
de treinador, e logo correspondeu: conquistou o Campeonato Carioca de 1972.
Deixou a Gávea ao fim de 1973.
Voltou suas atenções para a
Seleção Brasileira em 1974, ano em que a equipe voltaria à Copa do Mundo. Mas,
desta vez, seu 13 não deu sorte. Com remanescentes da conquista anterior, como
Jairzinho e Rivellino, e jovens como Leão, Luís Pereira e Mirandinha, o Brasil
viu o sonho do título se esvair na semifinal para a Holanda. Com revés para a
Polônia, voltou com quarto lugar.
Além de uma passagem pela
seleção do Kuwait, Zagallo comandou o Botafogo em mais duas passagens. A de
maior destaque foi a de 1978, onde contribuiu para a célebre série invicta de
52 jogos do Alvinegro, que tinha em Mendonça um craque.
Além de passagens como
técnico no Al-Hilal e nas seleções da Arábia Saudita e Emirados Árabes, Zagallo
comandou clubes como Vasco (duas vezes), e teve voltas ao Botafogo e Flamengo
durante a década de 1980.
Com a saída de Parreira,
Zagalllo tornou-se o técnico da Seleção Brasileira. E, dois anos depois, teve o
desafio de levar o ouro. Entre altos e baixos, o Brasil chegou à semifinal da
competição, diante da Nigéria. Mas o sonho acabou de forma amarga: após abrir 3
a 1, a equipe cedeu o empate no tempo normal, e tomou o "gol de ouro"
para a Nigéria na prorrogação, com 4 a 3.
Com a contratação de Carlos
Alberto Parreira, Zagallo voltou à Seleção Brasileira, como coordenador
técnico. Durante a Copa de 1994, o "Velho Lobo" se notabilizou pela
contagem regressiva que fazia a cada fim de partida, e foi um
"amuleto" na conquista do tetra do Brasil nos Estados Unidos. Com um
detalhe: "tetracampeões" tem 13 letras.
A poucos meses da Copa do
Mundo de 1998, Zagallo passou a ter um coordenador técnico: Zico. A dupla
causou polêmica com Romário, devido ao corte do atacante, por lesão, para a
disputa do Mundial.
No fim de ano, a Seleção
ainda faturou mais um título. Com direito a goleada por 6 a 0, a equipe de
Zagallo atropelou a Austrália, com três gols de Ronaldo e três de Romário. A
busca pelo penta viria com favoritismo.
Zagallo manteve suas
superstições (como o 13 e e a Seleção Brasileira se firmou como candidata
ao título da Copa do Mundo. No entanto, em final antecedida por mal-estar de
Ronaldo, equipe teve mau desempenho e amargou a derrota por 3 a 0 para a França.
Seguindo como técnico da
Seleção Brasileira, Zagallo voltou às conquistas em grande estilo: com 100% de
aproveitamento, veio a conquista da Copa América de 1997, na Bolívia. Após a
volta olímpica, com a vitória por 3 a 1 sobre o país-sede e nomes como Edmundo
e Paulo Nunes, o técnico desabafou: 'Vocês vão ter que me engolir'!
Após passagem como técnico
pela Portuguesa em 1999, Zagallo voltou ao comando do Flamengo em 2000. E, no
Rubro-Negro, novamente deixou títulos: se emocionou com o gol de falta de
Petkovic no tricampeonato carioca sobre o Vasco em 2001, e ainda faturou a Copa
dos Campeões.
Com a volta de Carlos Alberto
Parreira à Seleção Brasileira, Zagallo garantiu seus mais recente títulos no
futebol. Com nomes como Juan, Adriano, Kaká, Ronaldinho e Ronaldo, o Brasil foi
campeão da Copa América de 2004 e da Copa das Confederações de 2005.
Porém, o sonho do
hexacampeonato na Copa do Mundo de 2006 se esvaiu novamente diante da França. O
time comandado por Carlos Alberto Parreira perdeu por 1 a 0 para a França.
O "Velho Lobo" foi
um esportistas que carregaram a Tocha Olímpica na Olimpíada de 2016.
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