quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Na linha do tempo!

O ano de 1.989 foi meio que atípico para os ditos padrões do futebol atual. Na época, como repórter/setorista estive em todos os 68 jogos que o Criciúma disputou. Isso pelo Campeonato Catarinense e Nacional da 2ª Divisão...não contando os amistosos! Em outros tempos o Estadual era disputado durante praticamente o ano todo. Em 89, porém, durou um pouco menos. Só pra se ter uma idéia começou em 18 de fevereiro e acabou em 30 de agosto...pouco mais de seis meses de uma competição com etapas e jogos repetitivos. Havia nítido intuito de fazer valer um maior tempo do torneio para preencher calendário e proporcionar trabalho... ocupação a atletas e integrantes de comissões técnicas.

Lembro bem que o Criciúma estreou na temporada perdendo para o Marcílio Dias, em Itajaí: 2 a 1. No ano anterior, um rebaixamento na então Copa União e nova derrota no Campeonato Estadual...com o time sendo eliminado na fase semifinal. O torcedor estava olhando de “rabo de olho” para o time e para a diretoria, na época comandada por Moacir Fernandes. O Criciúma havia sido campeão em 86 e, depois disso, até então, nada de significativo! Na derrota para o Marcílio, encheu a casa em Itajaí. Levir Culpi que havia passado por lá estreava pelo Tigre que teve: Almir; Sarandi, Vilmar, Evandro e Itá; Palmito depois Grizzo, Roberto Cavalo e Adílson Heleno; Gílson depois Edevílson, Chicão e Vanderlei. O rubro-anil praiano(diria Clésio Búrigo), treinado pelo ex-ponta Veiga, atuou com Mauro; Júnior, Ademir, Toninho Camarão e Carlinhos; Gilmar Madeira depois Douglas Onça, Wilsinho e Gélson; Sídnei, Mário e Jairo Lenzi. Isso aconteceu numa noite em que o árbitro Luiz Orlando de Souza deixou o “pau comer”! O tipo do jogo vencido também “na marra” pelos donos da casa!

Observem que dois jogadores, ainda no Marcílio Dias, terminariam o ano jogando pelo Criciúma! Os bem meninos ainda...Gélson e Jairo Lenzi foram trazidos para o Heriberto Hülse alguns meses depois. O Criciúma jogaria sua última partida pelo Estadual de 89 em 30 de agosto e ganhando o título em cima do maior inimigo daqueles anos...o Joinville! Era um quadrangular final e o Tigre foi pra decisão precisando só do empate. O estádio Heriberto Hülse ainda não tinha passado pelas reformas para a Taça Libertadores. Aliás, nem imaginaria disputá-la!! Era um tempo da arquibancada descoberta, a chamada “geral”. O jogo final com o JEC levou quase 15 mil pessoas à casa tricolor. Adílson Gomes fez o gol do Tigre e Moreno empatou pros visitantes. Festa que tomou conta das ruas até madrugada! As disputas regionais de outros tempos tinham mais graça do que agora!!

Mas o ano de 1.989 terminaria com a eliminação do Criciúma da então 2ª Divisão do Campeonato Nacional. Isso ocorreria em 6 de dezembro num jogo realizado em Bragança Paulista. O Bragantino, treinado por Vanderlei Luxemburgo, vinha de uma série invicta de jogos e o Criciúma tratou de quebrá-la. Numa fase decisiva de “mata-mata”, o Criciúma ganhou aqui de 1 a 0 e o Bragantino de Nabi Abi Chedid, criou clima de guerra em razão da coluna num jornal estadual aqui, assinada por Luiz Carlos Prates que o pessoal de lá considerou depreciativa. Bombas caseiras e muito foguetório na chegada do Criciúma ao estádio Marcelo Stéfani não faltaram! O Criciúma sentiu a pressão e levou 3 a 0...ao natural! Pra fechar a sessão recordação...a escalação do Criciúma, treinado por Sérgio Lopes: Alexandre; Sarandi, Wílson, Evandro e Itá; Roberto Cavalo depois Vinícius, Gélson e Grizzo; Adílson Gomes, Soares e Vanderlei depois Jairo Lenzi. O “Braga” teve Marcelo; Gil Baiano, Júnior, Nei e Biro-Biro; Mauro Silva, Ivair, Gatãozinho depois Daniel; Valmir, Mário depois Tiba e Luiz Müller. E...por que as vezes uso este espaço pra relembrar o passado? Principalmente porque o futebol até o início dos anos 2.000 vale muito a pena recordar!!

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