O ano de 1.989 foi meio que atípico para os ditos padrões do
futebol atual. Na época, como repórter/setorista estive em todos os 68 jogos
que o Criciúma disputou. Isso pelo Campeonato Catarinense e Nacional da 2ª
Divisão...não contando os amistosos! Em outros tempos o Estadual era disputado
durante praticamente o ano todo. Em 89, porém, durou um pouco menos. Só pra se
ter uma idéia começou em 18 de fevereiro e acabou em 30 de agosto...pouco mais
de seis meses de uma competição com etapas e jogos repetitivos. Havia nítido
intuito de fazer valer um maior tempo do torneio para preencher calendário e
proporcionar trabalho... ocupação a atletas e integrantes de comissões
técnicas.
Lembro bem que o Criciúma estreou na temporada perdendo para
o Marcílio Dias, em Itajaí: 2 a 1. No ano anterior, um rebaixamento na então
Copa União e nova derrota no Campeonato Estadual...com o time sendo eliminado
na fase semifinal. O torcedor estava olhando de “rabo de olho” para o time e
para a diretoria, na época comandada por Moacir Fernandes. O Criciúma havia
sido campeão em 86 e, depois disso, até então, nada de significativo! Na
derrota para o Marcílio, encheu a casa em Itajaí. Levir Culpi que havia passado
por lá estreava pelo Tigre que teve: Almir; Sarandi, Vilmar, Evandro e Itá;
Palmito depois Grizzo, Roberto Cavalo e Adílson Heleno; Gílson depois
Edevílson, Chicão e Vanderlei. O rubro-anil praiano(diria Clésio Búrigo),
treinado pelo ex-ponta Veiga, atuou com Mauro; Júnior, Ademir, Toninho Camarão
e Carlinhos; Gilmar Madeira depois Douglas Onça, Wilsinho e Gélson; Sídnei,
Mário e Jairo Lenzi. Isso aconteceu numa noite em que o árbitro Luiz Orlando de
Souza deixou o “pau comer”! O tipo do jogo vencido também “na marra” pelos
donos da casa!
Observem que dois jogadores, ainda no Marcílio Dias,
terminariam o ano jogando pelo Criciúma! Os bem meninos ainda...Gélson e Jairo
Lenzi foram trazidos para o Heriberto Hülse alguns meses depois. O Criciúma
jogaria sua última partida pelo Estadual de 89 em 30 de agosto e ganhando o
título em cima do maior inimigo daqueles anos...o Joinville! Era um
quadrangular final e o Tigre foi pra decisão precisando só do empate. O estádio
Heriberto Hülse ainda não tinha passado pelas reformas para a Taça
Libertadores. Aliás, nem imaginaria disputá-la!! Era um tempo da arquibancada
descoberta, a chamada “geral”. O jogo final com o JEC levou quase 15 mil
pessoas à casa tricolor. Adílson Gomes fez o gol do Tigre e Moreno empatou pros
visitantes. Festa que tomou conta das ruas até madrugada! As disputas regionais
de outros tempos tinham mais graça do que agora!!
Mas o ano de 1.989 terminaria com a eliminação do Criciúma da
então 2ª Divisão do Campeonato Nacional. Isso ocorreria em 6 de dezembro num
jogo realizado em Bragança Paulista. O Bragantino, treinado por Vanderlei
Luxemburgo, vinha de uma série invicta de jogos e o Criciúma tratou de
quebrá-la. Numa fase decisiva de “mata-mata”, o Criciúma ganhou aqui de 1 a 0 e
o Bragantino de Nabi Abi Chedid, criou clima de guerra em razão da coluna num
jornal estadual aqui, assinada por Luiz Carlos Prates que o pessoal de lá
considerou depreciativa. Bombas caseiras e muito foguetório na chegada do
Criciúma ao estádio Marcelo Stéfani não faltaram! O Criciúma sentiu a pressão e
levou 3 a 0...ao natural! Pra fechar a sessão recordação...a escalação do
Criciúma, treinado por Sérgio Lopes: Alexandre; Sarandi, Wílson, Evandro e Itá;
Roberto Cavalo depois Vinícius, Gélson e Grizzo; Adílson Gomes, Soares e
Vanderlei depois Jairo Lenzi. O “Braga” teve Marcelo; Gil Baiano, Júnior, Nei e
Biro-Biro; Mauro Silva, Ivair, Gatãozinho depois Daniel; Valmir, Mário depois
Tiba e Luiz Müller. E...por que as vezes uso este espaço pra relembrar o
passado? Principalmente porque o futebol até o início dos anos 2.000 vale muito
a pena recordar!!
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