...juntamente com Carlos Alberto Fiorenza, na época
narrador, e Aldo Bonissôni, então comentarista, fomos a Porto Alegre. Objetivo:
transmitir pela Rádio Difusora de Içara a primeira partida da final da Copa do
Brasil entre Grêmio e Criciúma, no estádio Olímpico. Lembro de uma manhã
daquelas de outono em que o sol “vai e vem” e, no caminho para a capital gaúcha
nos surpreendemos com a quantia de criciumenses caracterizados se dirigindo
também prá lá. Explico que, naqueles anos, não tínhamos watsapp, instagran,
facebook, mensagens de celular e até mesmo o orkut por aqui!! Aliás, nem a
telefonia celular era difundida...ainda! Os meios de comunicação mais usados
pelo público...o telefone convencional, além da TV e do rádio!
Que havia mobilização...isso nós sabíamos! Afinal, o
Criciúma já tinha”batido na trave” no ano anterior quando perdeu pro Goiás, nos
pênaltes, a possibilidade de chegar a final. Masss... como já frisei...tudo era
diferente com mais precariedade em comparação com os dias atuais! Na Estrada do
Mar, via usada para veículos pequenos e paralela à BR-101, em cada posto,
restaurante, loja de conveniência encontrávamos grupos de torcedores do
Criciúma com uma sinergia incomum!! Lembro que chegamos ao estádio Olímpico
perto da hora do almoço e tínhamos que ser rápidos no “rango” por causa da
instalação de equipamentos, cabine, etc. Fomos até o Mosqueteiro, churrascaria
“salgadinha”(em todos os sentidos, inclusive no preço) e lá encontramos
gremistas e simpatizantes do Tigre confraternizando!
O dia 30 daquele ano caiu numa quinta-feira e a maior
movimentação de público se deu do meio da tarde pra frente. Hora do jogo:
18:30. A então TV Manchete havia adquirido os direitos de transmissão e, em
conjunto com a C. B. F., determinou tal horário. De dentro do estádio se ouvia
o barulho provocado pela chegada da torcida do Criciúma que foi reforçada por
colorados!! Entenderam? Ou seja, com o Internacional fora da disputa e o
Criciúma, tido naqueles anos como “time pequeno” e uma surpresa na final, um
bom número de torcedores do rival gremista se uniu aos criciumenses. Calcula-se
que o número de “tigres” no Olímpico...uns 3.000!! Sem dúvida alguma, em toda a
história do Criciúma foi a maior e mais vibrante manifestação de sua torcida em
outro estádio que não seja o Heriberto Hülse!!
Foto em preto e branco do lance em que Vilmar cabeceia pras redes do goleiro Gomes. Observem bem que é possível visualizar o zagueiro do Tigre de olhos "arregalados"!
No jogo? Total de público: 32.052 pessoas presentes. Eram 15
minutos da 1ª etapa e uma bola de escanteio do lado direito, cobrado por Jairo
Lenzi, achou a cabeça de Vilmar. Gol do Criciúma e o zagueiro conta até hoje
que saiu correndo em direção ao outro lado do estádio, onde estava a torcida do
Tigre...enlouquecida!! Eu atuava como repórter e, confesso, quase não
acreditei!! O placar foi sustentado até 39 minutos do 2º tempo quando Maurício
cobrou penalidade sofrida por ele mesmo e empatou o jogo! O título da maior
conquista da história do futebol de nosso Estado viria 4 dias depois, em 2 de
junho, um domingo...e o resto da história todos nos deliciamos ao lembrar!!
Foto tirada dias depois da conquista da Copa do Brasil. Cenário...o gramado do estádio Heriberto Hülse, este ainda sem as reformas. Pela ordem, Felipão, Roberto Cavalo(com a taça) e Humberto Ferreira, prep. físico.
Passarinho Arrepiado me cutuca, como de costume, e recorda a
ficha técnica daquela partida no estádio Olímpico que, hoje, está em ruínas!
Então tá...bichinho! O árbitro foi Márcio Rezende de Freitas. O Grêmio era
treinado por Dino Sani que escalou: Gomes; China(Jamir), João Marcelo, Wílson e
Élcio; Norberto, Donizete(Darci) e João Antônio; Maurício, Caio e Nando. O
Criciúma, de Luiz Felipe Scolari, teve: Alexandre; Sarandi, Vilmar, Altair e
Itá; Roberto Cavalo, Gélson e Grizzo; Zé Roberto, Soares e Jairo
Lenzi(Vanderlei). Dá saudade ou não dá???
A festa da torcida em Criciúma pelo título alcançado. Isso...4 dias depois!!
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