Esta
aconteceu no começo da temporada de 1.998. O Criciúma, com seus problemas
seríssimos em relação às questões financeiras e vindo de um rebaixamento da
série A para a B do Brasileiro, no ano anterior, conseguiu pelo menos alguns
investimentos para iniciar o Campeonato Catarinense. Depois de sucumbir com o
então técnico Pepe, aquele ex-ponta do Santos na década de 60, a direção da
época, composta, basicamente, por Joacir Scremin, Geraldo Farias e Lauro Búrigo,
trouxe o “modesto” Rafaelle Graniti. Contratações? Algumas... sem grande
impacto! A maioria do time que começou o ano, remanescente do plantel que rebaixou
em 97. Eu era um dos setoristas que acompanhava o dia a dia do Clube e sabia
que, na cabeça de Graniti, havia apenas uma dúvida para definir os 11 jogadores
que iriam estrear no Estadual contra o Avaí, na Ressacada. Esta era no
gol...entre Alexandre e Chico. Alexandre era o mesmo da campanha da Copa do
Brasil que havia retornado ao Criciúma; Chico, indicado por Lauro, chegou com
“pinta” de titular. Havia sido revelado pelo Grêmio e, com passagens também
pelo exterior, já estava em fim de carreira quando aportou no Heriberto Hülse.
Último coletivo antes da estréia, no Majestoso, time já aquecendo e Graniti me
chama no canto e cochicha: “Gilberto...preciso de um favor teu!”. Digo: “O que
é Graniti?”. Ele: “Tá vendo lá o Chico e o Alexandre aquecendo com o Aírton?”.
Eu: “Sim...lá perto do gol do Colegião.”. Graniti: “Então...vai lá e,
disfarça... Diz pro Chico que o Alexandre vai jogar e espera a reação dele.
Conforme a cara que ele fizer, tu me faz sinal de positivo ou negativo. Depois
faz o mesmo com o Alexandre e também me faz sinal. Mas tem de ser rápido porque
o resto do time ta definido!”. Eu estava perto do túnel do Criciúma e os
goleiros aqueciam do outro lado. Pois bem...atendi o tal pedido de Graniti e
notei o quanto aquela situação o deixava realmente em dúvida! Naqueles tempos
não havia tanta restrição aos repórteres. Fui até próximo dos dois “arqueiros”
do Tigre e consegui falar primeiro com Chico: “Daí Chico... blz?”. Ele:
“Ôpa...tudo certo!”. Continuei: “Báh cara...tá se adaptando legal? Já achou
apto.?”. E ele: “Já...já! Tô só esperando pra jogar!”. Peguei a “deixa” e
lasquei: “Tá...mas o Graniti ainda não definiu! É tu ou o Alexandre, né?”. Veio
a resposta seca: “Ah...cara, eu vim pra jogar!!”. Mais do que rapidamente me
virei para onde estava o treinador do Tigre e, sutilmente, fiz sinal de
negativo...dando a entender que Chico não iria gostar muito caso ficasse no
banco! Quando Alexandre estava acabando seu aquecimento...tive o mesmo
procedimento. Só que pelo fato de ter mais liberdade com ele...já fui logo
direto ao assunto: “Alexandre...acho que vai jogar o Chico, hein? Foi
contratado agora...sabe como é que né?”. O “bom vivant” Pandóssio...com sua
reconhecida tranqüilidade: “Ah...se ele botar o Chico...deixa! Tudo bem...tô
aqui pra trabalhar e ajudar!”. Então...olhei pro Graniti e fiz sinal de
positivo...passando a imagem de que pelo menos bravo ele não ficaria!!
Depois dessa
novela toda...Rafaelle Graniti optou por Chico que começou o Estadual de 98
como titular. Chico foi dono da posição por alguns jogos, mas com o passar do
tempo, Alexandre ganhou a confiança da Comissão Técnica. Já sem Graniti e com
Vacaria no comando, o Criciúma ganharia o Catarinense daquele ano com esta
formação... recordando: Alexandre; Paulo Báier, Wílson, Clécio(Raúl) e Paulo
Henrique; Carlos Eduardo, Ivair, Luiz Carlos Oliveira(Alciney) e Marcos
Paulista(Naldinho); Marcos Paulo e Lucianinho. O Tubarão, treinado por Arnaldo
Lira, jogou a final disputada no Heriberto Hülse, com Miguel; Marcos, Adelmo,
Rangel e Rocha; Adriano, Chico Monte Alegre, Sandro Gomes(Eduardo) e Rejane;
Luiz Carlos Silva e Rogério.
Rafaelle Graniti, folclórico treinador do futebol catarinense. Hoje está no Fluminense de Itaum(Joinville), na "3ª divisão" do futebol catarinense.
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Passarinho
Arrepiado lembra que, independentemente do resultado a ser obtido pelo Criciúma
no Morumbi, sábado(02), o Tigre não entrará na zona do rebaixamento...pelo
menos nessa rodada! Com os 3 pontos que foram recolocados na tabela, cfe.
decisão judicial no caso Cristiano, o Criciúma subiu para 12 º lugar com 14
pontos e não poderá ser alcançado por nenhum dos atuais integrantes do Z-4.
Vale frisar que o julgamento no Tribunal Pleno do STJD sobre tal questão será
dia 7, quinta da semana que vem. E o Criciúma vai levar até o Dr. Delfim
Peixoto, pres. da FCF, como “força política” para tentar ajudar o Tigre!!
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